Oposição radical paralisa o Congresso em manobra antidemocrática e tenta impor anistia a golpistas
Ocupação das mesas diretoras é em protesto pela prisão de Bolsonaro
Por Administrador
Publicado em 06/08/2025 13:36
Política

Em uma cena que beira o absurdo e remete aos piores momentos de desrespeito às instituições democráticas, deputados e senadores da oposição decidiram, na madrugada desta quarta-feira (6), acampar nos plenários da Câmara e do Senado. A ocupação, que teve como único objetivo inviabilizar os trabalhos legislativos, foi marcada por uma tentativa desesperada de impor, pela força e pelo tumulto, uma pauta que atenta contra o Estado Democrático de Direito.

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Às 6h da manhã, em turnos organizados como se estivessem em trincheiras, parlamentares — em sua maioria do Partido Liberal (PL) — se revezavam para manter a ocupação da mesa diretora. A motivação? Uma reação à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pela Justiça na última segunda-feira (4), dentro do devido processo legal e com base em robustos elementos de prova.

A manobra, segundo lideranças da base do governo, é uma afronta aberta às instituições e ecoa os atos golpistas do 8 de janeiro. Trata-se de mais um episódio de ataque orquestrado contra a democracia, travestido de protesto.

Exigência escandalosa

A oposição exige, sem qualquer pudor, a pauta de uma anistia geral e irrestrita aos condenados por tentativa de golpe de Estado — uma proposta que flerta com a impunidade absoluta — e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, justamente o relator dos processos que investigam a tentativa de anular as eleições de 2022.

Em um movimento que lembra estratégias de sabotagem institucional, parlamentares usam as estruturas do Congresso para pressionar por uma pauta que visa salvar o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados das graves acusações que enfrentam, incluindo supostos planos para prender autoridades e até assassinatos.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente e também investigado, participou da ocupação. Em tom de provocação, publicou nas redes sociais, às 4h44 da manhã, que estava “fazendo um gesto” pelo Brasil — enquanto bloqueava o funcionamento do Legislativo e impunha ao país a continuidade de uma crise institucional fabricada.

Chantagem contra o povo

A ocupação não é apenas antidemocrática: é cruel com a população. Com o Congresso paralisado, deixaram de ser votadas propostas urgentes, como o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. A proposta, aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), beneficia milhões de brasileiros e aguarda votação no plenário.

Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), foi direto: “Isso é um golpe continuado. É chantagem para livrar Bolsonaro. Dez milhões de pessoas perdem por causa deles!”. Segundo ele, ao colocar “a faca no pescoço da população”, os parlamentares de oposição demonstram que estão dispostos a qualquer coisa para garantir impunidade a seus aliados.

Além disso, segue travada na Câmara a votação de outro projeto prioritário: a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Enquanto isso, a oposição se ocupa em proteger investigados e tumultuar o funcionamento do Parlamento.

Silêncio conivente e discursos vazios

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), evitou qualquer crítica direta à oposição, optando por um discurso morno de “ponte para o entendimento” — mesmo diante de uma clara violação do decoro parlamentar e do regular funcionamento do Legislativo.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), qualificou a ação como “inusitada” e “alheia aos princípios democráticos”, mas também evitou adjetivos mais contundentes diante de uma situação que exigiria respostas firmes e imediatas.

 

Reuniões de líderes foram convocadas para o dia de hoje (6), numa tentativa de restabelecer a ordem no Congresso. Mas o episódio deixa uma marca profunda: parte do Parlamento decidiu, mais uma vez, usar o próprio Congresso como barricada para proteger projetos autoritários e blindar lideranças envolvidas em graves acusações criminais.

Foto: José Cruz / Agência Brasil

 

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